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á fazia um bom tempo que eu
não sentia saudade de ter um blog. Talvez tenha sido a saudade da blogosfera ou
a inveja dos que tem um lugar/motivo para escrever. Minha atual professora de
língua portuguesa escreveu para o jornal mais importante do estado por anos.
Uma coluna de crônicas com direito a uma foto dela posando casualmente. No
maior estilo “eu sei que estão me fotografando”, mas, como quem não liga. Ou
talvez ela estivesse conversando com alguém. Mas essa hipótese é a menos
provável.
Recomendam que para se preparar para o ENEM tem que se escrever
dois textos por semana (o que dá 8 por mês e 96 no ano) sobre assuntos variados
– seja atualidades ou sua opinião de forma crítica sobre um lugar que visitou
ou algo que comeu. Eu até tenho uns rascunhos inacabados espalhados por
documentos na área de trabalho, mas, ter o blog sempre foi mais legal. Fora que os rascunhos são apaixonados demais ou parágrafos aleatórios pré-férias.
Se tivesse mantido o último blog, daria para comparar os
textos. Seria interessante. Levando em consideração o lado bom do período
sabático sem blog, poderia ressaltar os livros que li e as crônicas que
estudei. Acabei indo parar numa monitoria de língua portuguesa que, por vezes,
empurrei com a barriga esperando pelo término. É bem feio falar isso, eu sei.
Tomará que minha professora nunca chegue a ler (por que se ela desconfiar, essa é prova oficial do crime).
Agora, sentada no chão do quarto com uma blusa do Ramones
folgada e customizada, odiando a internet que teima em cair nesses dias de
chuva e a mente que não para e me deixa dormir, penso se volto ou não. Tempo
não vou ter. Motivação... Ah, essa me falta para ir à academia quanto mais para
escrever semanalmente dois textos. Essa é uma missão e tanto.
No fundo, eu sei que nunca
vou saber por onde começar ou qual título dar aos textos nem por que o nome do blog é esse. Foi espontâneo, foi de supetão. Assim como eu sou.
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| Você muda tanto por dentro que isso reflete no seu exterior. |
